IPCA-15 dispara 0,78% no mês, maior nível desde abril de 2022, puxado pelos custos com ensinos médio, fundamental e pré-escola
A prévia da inflação oficial do país voltou a acelerar e ficou em 0,78% em fevereiro, informou nesta terça-feira (27) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) teve uma variação de 0,47 ponto percentual em relação a dezembro, quando marcou 0,31%. Esta é a maior alta desde abril de 2022, ainda sob o governo anterior, quando chegou a 1,73%.
Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 4,49% e encostrou no limite do teto da meta estabelecida pelo próprio governo, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,5%).
O resultado de fevereiro foi influenciado pelo aumento nos preços de bens e serviços ligados à educação, que subiram 5,07%. O grupo foi puxado pelos cursos regulares, que tiveram alta de 6,13% por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
As maiores variações vieram do ensino médio (8,58%), do ensino fundamental (8,23%), da pré-escola (8,14%) e da creche (5,91%). Curso técnico (6,01%), ensino superior (3,74%) e pós-graduação (2,81%) também tiveram altas.
No ano, o índice acumula alta de 1,09% e, nos últimos 12 meses, de 4,49%, acima dos 4,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Comida mais cara,
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em fevereiro. O setor de alimentação e bebidas teve aumento de 0,97% no mês. As maiores variações vieram da alimentação no domicílio, que subiu 1,16%.
Contribuíram para esse resultado as altas da cenoura (36,21%), da batata-inglesa (22,58%), do feijão-carioca (7,21%), do arroz (5,85%) e das frutas (2,24%).
A alimentação fora do domicílio também ficou mais cara, seja como refeição (0,35%) quanto na forma do lanche (0,79%) — ambas com variações superiores às observadas no mês anterior.
O grupo Saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,76%. O resultado foi influenciado pelas variações nos planos de saúde (0,77%), produtos farmacêuticos (0,61%) e itens de higiene pessoal (0,70%). Destacam-se as altas do produto para pele (1,67%) e do perfume (1,34%).
Passagens aéreas mais baratas
No grupo Transportes, que registrou aumento de 0,15% no mês, houve uma queda do preço da passagem aérea (-10,65%). Em janeiro, este foi o subitem com maior impacto individual no índice (-15,24%).
No ano passado, os bilhetes aéreos haviam puxado a inflação para cima, com alta de 47,24% entre janeiro e dezembro de 2023.
Por região
Quanto aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em fevereiro. A maior variação foi registrada em Goiânia (1,07%), por conta das altas da gasolina (7,28%) e dos cursos regulares (4,56%). Moradores de Belo Horizonte, São Paulo, Salvador e Recife também sentiram impacto mais forte dos preços em fevereiro, já que tiveram reajustes iguais ou acima da média brasileira.
Já o menor resultado ocorreu em Porto Alegre (0,11%), que apresentou queda nos preços da passagem aérea (-16,59%) e da gasolina (-1,59%).
O IPCA-15 coleta preços de 16 de janeiro a 15 de fevereiro e os compara com aqueles vigentes de 15 de dezembro de 2023 a 15 de janeiro de 2024. São consideradas para o estudo as famílias com renda entre um (R$ 1.412) e 40 salários mínimos (R$ 56.480) que vivem nas regiões metropolitanas do país.
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