O médico condenado por estuprar uma paciente dentro de um posto de saúde em Joinville, no Norte de Santa Catarina, é candidato a vereador. Antônio Teobaldo Magalhães Andrade, de 68 anos, concorre a uma vaga no Legislativo em Itabuna, na Bahia, pelo Partido da Mulher Brasileira.
O clínico geral foi condenado por estupro em 2022, pelo crime denunciado no ano anterior pela vítima. A mulher, à época com 28 anos, disse que procurou o posto de saúde do bairro Iririú com crises depressivas e de ansiedade, e que o crime ocorreu dentro do consultório.
“Ele fez tudo que quis comigo, você pode imaginar. Eu, infelizmente, congelei. Eu gritava por dentro, ouvia meu grito, mas não conseguia falar. Depois, ele pegou a minha ficha, todos os meus dados e disse que eu estava nas mãos dele”, afirmou à época.
O médico foi condenado a 12 anos de reclusão, mas recorre em liberdade e aguarda recurso apresentado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em 2022, o STJ determinou a suspensão da inscrição médica dele, além da proibição do exercício da Medicina.
Em Joinville, o médico foi exonerado “por conveniência da administração” logo após a denúncia do crime. Em setembro de 2021, foi instaurado um Processo Administrativo, concluído em 5 de agosto de 2024, determinando a penalidade de demissão.
Nova condenação por estupro na Bahia
Na última quinta-feira (29), Antônio Teobaldo foi novamente condenado por estupro, desta vez na cidade de Uruçuca, na Bahia. O crime ocorreu em 2010 e a vítima foi uma menina de 13 anos. Marcos Antônio Santos Bandeira, um dos advogados de Antônio Teobaldo, disse que a defesa vai recorrer da decisão na Bahia:
“É absolutamente injusta, existem muitas inconsistências no processo. O primeiro ponto é que Teobaldo nunca foi fumante e a vítima disse que ele estava na porta do posto fumando um cigarro. A vítima não sabe se foi 2009, 2010 ou 2011 e entra a questão das falsas memórias. Em 2010, Teobaldo lançou um livro contra o tabagismo, sendo um combatente inflexível do cigarro. Existem muitas inconsistências, só tem a palavra da vítima e da mãe e de mais ninguém. Não duvido que a vítima tenha sofrido violência sexual, mas Teobaldo não é o autor desse crime”, disse.
Apesar de condenação, médico ainda pode concorrer
Conforme a Lei da Ficha Limpa, entre outros fatores que causam a inelegibilidade, está a condenação por crimes contra a dignidade sexual. Contudo, apenas quando a decisão está transitada em julgado, isto é, quando todas as possibilidades de recurso foram esgotadas, o que não é o caso de Antônio Teobaldo, que está recorrendo das decisões.
Médico condenado por estupro concorre a vereador na Bahia – Foto: TSE/Divulgação
Fonte: ND
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