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Foto do escritorDifusora FM

Amor incondicional: 4 mães revelam os desafios diários da maternidade

Em um mundo onde o tempo, a distância e os desafios são constantes, existe um vínculo que permanece inabalável: o amor materno. Em cada gesto, em cada sorriso, está a expressão de um amor incondicional que transcende todas as barreiras.


Neste domingo, quando se comemora o Dia Das Mães, a reportagem conta a história de três mulheres que se tornaram mães em meio às adversidades e encontraram nos filhos uma força sobrenatural.


Uma que demorou cinco anos para realizar o sonho da maternidade, outra que decidiu empreender logo após o nascimento do filho, e uma mãe atípica que, apesar das dificuldades, não desiste de oferecer um lar cheio de amor aos três filhos.


Como explica a psicóloga clínica especialista em terapia cognitivo-comportamental, Maria Luiza Zapelini, ser mãe está muito além das tarefas executoras da vida do filho.

“Em consultório, as pacientes que são mães dizem que ‘é a melhor e mais difícil tarefa do mundo’. Ser mãe é essencialmente saber amar. Ter a habilidade de dar afeto, estimar, proteger, cuidar. Mães são fontes inesgotáveis de amor na relação com os filhos, sejam eles biológicos ou adotivos”, conta.


Mães sem autocrítica


O Dia das Mães é uma homenagem às mães que, com amor e dedicação, buscam um mundo melhor para seus filhos.

“As crianças não precisam de mães perfeitas para as amarem, mas sim de mães suficientemente boas, capazes de aceitar e de amar não só as qualidades pessoais, mas também as limitações e as fragilidades, ensinando os seus filhos a fazerem o mesmo, sem caírem na autocrítica permanente”, ressalta a psicóloga.


Uma espera de cinco anos pelo melhor presente


Quando Gracyele Ziesemer Vieira, 43, já achava que não seria mais possível se tornar mãe, descobriu a gestação da Giulia. A melhor e mais esperada notícia para ela, para o marido João, e para toda a família do casal, veio em setembro de 2019, no mesmo ano em que as esperanças pareciam perdidas.


A assessora parlamentar federal enfrentou uma jornada difícil de cinco anos tentando engravidar, marcada por três dolorosos abortos. Em meio a essa trajetória desafiadora, Gracyele sabia que todas as gestações perdidas eram de meninas.


No último aborto, em abril de 2019, ela precisou retirar uma trompa, um detalhe que acrescentava ainda mais complexidade à sua busca pela maternidade. “A espera de ser mãe foi muito difícil para a nossa família. Perder um filho é terrível, uma tragédia pessoal”, lembra.


A recomendação do médico, no entanto, não foi desanimadora para o casal. “Vocês precisam descansar e ter um tempo só para vocês”, relembra Gracyele. Meses depois, com uma gravidez considerada tardia pela idade dela, nasceu a Giulia, em 24 de junho de 2020.

“Eu tinha certeza de que ia ser mãe um dia, não sabia como, mas sabia que Deus ia me dar esse presente. Quando chegou a Giulia, para nossa felicidade, vimos que ela é muito mais do que esperávamos. Tinha que ser ela”, relata, emocionada.


Agora com três anos, Giulia é uma criança muito comunicativa e carinhosa. Contou que ia dançar para a mamãe na escolinha e até mostrou como seria, mas com uma condição: “A mamãe não pode ver”. E, sem nem precisar pedir, Giulia correu para os braços da mãe e disse “te amo, mamãe”.


Equilíbrio da maternidade com a realização profissional


Com muita dedicação e cuidado – nos detalhes é possível notar o sucesso da loja de roupa, com um ambiente climatizado e as tendências separadas por cores.


“A maioria das minhas clientes são mães e têm um perfil parecido com o meu, com filhos pequenos. Elas vêm em busca de um look com os quais se sintam confortáveis e ao mesmo tempo elegantes e empoderadas”, conta a empreendedora.


De acordo com uma pesquisa do instituto Rede Mulher Empreendedora de 2023, uma em cada 10 empreendedoras brasileiras decidem abrir um negócio depois da maternidade. Falar de empreendedorismo feminino é falar de mulheres que se apoiam, que inovam e transformam a própria vida e a do entorno.


Para Mariella, tudo se torna ainda melhor quando se pode contar com uma rede de apoio. “Meu marido me ajudou muito e minha mãe foi a melhor incentivadora. Com a presença deles, consegui colocar meu sonho em prática”, declara.


Já para a mãe de Mariella, Rosana Goulart, é só orgulho quanto à filha. “A Mari é uma inspiração. E faço questão de dar esse apoio e suporte todos os dias. Acordo todas as manhãs às 6h30 para abrir a loja. É um orgulho imenso vê-la empreendedora, uma supermãe e uma supermulher”, expressa Rosana.


Jornada desafiadora das mães


Mateus, que nasceu praticamente junto com a loja, em 2021, participa de tudo. E não perde a oportunidade de fazer carinho na mãe e no irmão Guilherme que está por vir.


Mariella, que vê como sinônimos de sucesso as palavras família e harmonia, declara que para ser mãe empreendedora é preciso se equilibrar na jornada desafiadora da maternidade com a busca pela realização profissional.[

“Quando você tem um sonho, acredita nele e vai em frente”, finaliza.


Um legado de amor


Aos 36 anos, Greice Kele carrega um passado doloroso. Desde a infância, enfrentou a rejeição da mãe e cresceu sem o afeto materno. Em uma relação marcada pela violência, tornou-se mãe muito jovem.


Após a separação, encontrou-se sozinha em Florianópolis, cuidando da filha Emili. Logo veio o Natanael, e o que já não era fácil ficou ainda mais complicado.


Aos três anos, o menino recebeu o diagnóstico de autismo, e o pai abandonou a casa. Com dois filhos, tentando se reerguer, Greice descobriu que Emili tinha epilepsia e o Natanael, que já tinha diagnóstico de autismo, também recebeu a notícia de que tinha esquizofrenia.


No entanto, a história de Greice tinha mais um capítulo para ser escrito. Há seis anos, chegou, de surpresa, o Samuel, em uma gestação que só foi descoberta com quase sete meses.


Tudo isso quando o diagnóstico dos médicos apontava que Greice não poderia engravidar após a primeira gestação ao ser diagnosticada com um câncer no útero.

Ela operou, fez quimioterapia, radioterapia e nem a medicina entendeu como ela virou mãe novamente. Hoje, com os filhos com 18, 11 e 6 anos, ela se vira como pode para sustentar a casa, deixando um legado de amor.

“Às vezes há barreiras muito grandes que fazem parecer que eu não vou conseguir ultrapassá-las, mas quando os meus filhos vêm para perto de mim e dizem ‘eu te amo’, isso para mim é um sinal de que devo continuar, porque estou no caminho certo, estou sendo uma supermãe”, reflete.

Por ND+



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